segunda-feira, maio 29, 2006

Corrida contra tempo e com o tempo apenas porque o amanhecer foi tardio.
O calor é simplesmente insuportável e os movimentos são a tradução de um ar rasteiro que quase falha na entrada da minha janela. Sou forçada a me mexer e a fazer mexer o que está à volta. Dia de festa em Cassiano é sinónimo de azafama, a cozinha estica em largura e comprimento e o frigorífico passa a ter 8 prateleiras em vez de 4.
Não estou plenamente convencida que a salada de fruta tinha todas as cores e estamos no final de noite que para o xico parece não ter fim, para além de amanhã não ser um bom dia, (não é dia de fazer a barba), há entrega a desenho. O gonças vai olhando para o relógio na esperança dos ponteiros pararem, fenómeno único de a lua dormir mais horas do que o normal por efeito de um mutabom dos vermelhos. E o Helmer bate à porta, vem no carrinho das compras do elevador dU Arte...o palco está montado e a Tekoides Maria afina a voz...Cassianos!!!!!!O rádio falou e falou de nós, estamos famosos e o Miguelito muito gosta disto. Os girassóis não contam histórias mas bebem muita água, e o Gonças escolheu os mais bonitos. Tenho a certeza que nunca vão murchar, gesto bonito. Há quem fale de ventanias e as espante e quem pense em ventoinhas...e quem procure o que se escreve num livro de obra...
Mas o circo vai começar e a verdadeira companhia Cassiano vai actuar, puxem o pano, faça-se silêncio e o jantar vai para o ar!!!!

segunda-feira, maio 22, 2006


Voltei, Voltei, Voltei de lá...ainda agora estava em França e agora já estou cá!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, maio 18, 2006

"Matunta, queres almoçar?"...
O dia amanhecia para mim às 12h34 mesmo o despertador tendo tocado cedo. Há tempestades que nos fazem apetecer ficar no quentinho do cobertor azul e esperar que a chuva passe. E a tarte franciuuu estava deliciosa, os guardanapos eram azuis e o copo de água sabia a champanhe...para todos os efeitos fui vestida a rigor, muito a medo e no bolso levava umas flores que ficaram esquecidas e recebi um balão vermelho, vermelho dos meus sapatos e da cor da Amelie. E...
E, they are talking about a revolution.

quarta-feira, maio 17, 2006





"Quarto interior...quarto interior com janelas. Abrigo de solidões e devaneios."

Era uma casa muita engraçada, não tinha telhas não tinha nada...lalalalala

Um quarto de quase palmo e meio, de mil um castanhos, de janelas de muitos tamanhos, que andava e mexia e mudava de lugar... uma chuva de arroz num toque de mãos que parecia macio, uma luz que incidia directamente num rodopio de sapatos que ousava não querer pé e as cores traduziam talvez um outono ou uma seara ou talvez um fim de tarde...
Havia uma árvore, sem folhas, não muito alta e um pássaro! Os pés nus num movimento alternado criavam aos meus olhos desenhos imaginários e novas rotas de passagem e a dança não terminava e a cumplicidade dos dois era um enlace de energia, movimento e improvisação que soltavam as palavras. E um dos quartos imaginários abria uma das páginas dos desenhos da Dri, o André Braga, o menino do chapelinho e dos fios entrelaçados saltava agora de um espaço mundo inerior para um quarto imaginário de personagens reais. E a Dri não imagina que os seus bonecos mexem verdadeiramente, sorriem sem o traço do lápis e trepam árvores.


"No local onde habitamos

(um quarto interior no alto dum campanário)

as aves fazem ninho na minha cabeça,

só que um dia mais uma vez emigrarão para bem longe,

deixando-nos sós.

Eu e o outro, de novo entregues, um ao outro

coabitaremos sós

até que novamente passe a época das chuvas e elas voltem!

Sós de novo, o outro domina-me...

Enrosca-se em mim e asfixia-me com os meus pensamentos

(que a mim me libertam!)

Por vezes arrepende-se, e comigo tremendo e chorando,

de novo se enrosca e acariciando-me...

Adormecemos...

Nesta cama que é a locomotiva da minha carruagem deste comboio dos sonhos.

E assim partimos em busca da Cinderela,

trajectos contorcidos, trajectos destruídos, trajectos que não fluem...

Nem como o pensamento, nem como a vontade de a encontrar.

Nos montes do Alentejo,

montes de Dulcineias dançam envoltas nas velas dos moinhos.

Mas onde estará a Cinderela?

Mil sapatos nos confundem

(haverá só uma Cinderela?)

E subo de novo, neste descampado claustrofóbico, ao alto de uma árvore

(que me lembra o árido campanário onde habitamos)

e daí contemplo a planície Alentejana

e vejo as aves que voam de novo e procuram o ninho da minha cabeça,

e canto-lhes, mas elas não nos ouvem.

É então que voamos,

NÃO!!!!!

É então que eu voo.

O outro fica cá na terra apodrecendo,

o outro que me infernizou a vida que apodreça!

Só eu me liberto e voo no bico de uma ave,

que me levará à minha Cinderela!"

Pedro Sotto Mayor


domingo, maio 14, 2006









(…) moléculas
cada uma estupidamente metida na sua vida
a triliões de distância(…)
Incessantemente
torturadas pela energia
prodigiosamente esbanjadas pelo sol
atiradas para o espaço.
(…) todas as partículas repetem
os padrões umas das outras
até novas e mais complexas se formarem.
Originam outras iguais a si
e um novo bailado começa.
Crescendo em tamanho e complexidade
coisas vivas(…)
bailando num esquema cada vez mais intrincado.
(…)eis aqui
erguendo-se: átomos com consciência;
matéria com curiosidade.
(…) eu
um universo de átomos
um átomo no universo.

Richard P. Feynman

sexta-feira, maio 12, 2006

Muitas vezes os botões se zangam com as próprias casas...o cenário de hoje traduz um encontro no devido desencontro da hora.

quinta-feira, maio 11, 2006



Palma!!!
Não foi um concerto memorável, nem tão pouco o melhor do jorgito, mas foi Palma. O piano estava lá e a noite começou com a valsa de um homem carente...sms e o kiki lembrava que " O Palma continua lindo...", e o kiki lá estava e mais uma vez nos encontramos em melodias e noites bonitas na simplicidade dos passos.
E pronto, "se alguma vez te parecer ouvir coisas sem sentido, não ligues..."

segunda-feira, maio 08, 2006

Amarelo















"... tentei contar, tentei cantar...tentei tocar, também dançar, assim só para deixar...só quero te dar, sem te falar...só quero estar com seu cantar, com seu... ouvindo a chuva cair...fico sozinha, distraída...não vou chorar quando lembrar do seu eterno olhar... I like to say...como é bom, tão bom..."


Bebel Gilberto

domingo, maio 07, 2006


Quando o sol chegou ao subúrbios da cidade anunciou mais um dia igual a tantos outros...um acordar fez pressentir que hoje o dia ia ser Diferente! Nos lábios, viu-se o sabor de um sorriso, finalmente triunfante...foi-se acabando a incerteza de muitos passos em volta, de um sentido não encontrado...talvez há muito tempo. Pela primeira vez, o destino parecia não fugir das suas mãos, escondido ou a descoberto, desta vez não duvidou. Sentiu-se invadir por uma estranha lucidez que sempre conduzia e conduziu pelas calhas de um passado...serenamente, descobriu-se a melhor de todas as descobertas, que afinal tudo tem o seu sentido. Lá em baixo a rua vai parecendo abandonada de dias tristes. E de repente, não mais que repente, foi-se acabando a angústia dos seus passos em volta.
Amor. Uma das palavras "palpáveis" mais bonitas que conheço.

Marianita e amigo Palma
Tomar!!!!!!! Um comboio apanhado a correr, 15h10 em ponto e não podia falhar!! A viagem parecia interminável. Na estação do Entroncamento avistei a Téte com o barrigão, a Claudette e o Rui Manel, a teresita dizia adeus a uma menina senhora de cabelos pretos e encaracolados que carregava um malão para um mês...claro que percebeu logo que não poderia ser eu com os meus belos cabelos ruivos ao vento :)!!! E houve de tudo um pouco, gargalhadas, lágrimas no canto do olho, barbatos de sapato, 18meses na tropa e outros tantos na marinha, ameijoas, 5anos e um quase casamento, umas madeixas laranjas, o sebas que nunca será sebas mas sebastião, uma dor de costas, uma viagem para São Tomé e uma Kika fugida, chá de limão e uma shakira que se mexe bem, uma semana e picos de vida em conjunto, croissants com chocolate e um microondas que descansa ao fim de 30segundos, areias a imitar os Olivais, um prato de caracolada preta, uma caixa de bolo de chocolate preto no segredo dos deuses, um sofá cama e o discovery channel, uma barragem e um chupa chupa a voar pelo ar, o atingível paraíso e uma praça com rabo branco ao léu...a promessa do até e sempre breve. Até já.




segunda-feira, maio 01, 2006


Helena!!!!!
A Botto e o teatro e o teatro e a Helena...
Há tanto tempo que fisicamente não nos víamos...um chá nos Galitos, um sofá vermelho acolhedor e uma noite de bombardear novidades. Inacreditável, somos vizinhas e da janela do meu quarto avisto o solário do 5ºdto Nº30!!!
A "Amiga do Peito" continua igual, com a mesma pele branca e lisa, os mesmos gestos rápidos que por vezes atropelam as palavras. Que bom!!!!!
E falámos de Cabo Verde, do Acto, das botas verdes, de um bigode, dos 2 concertos de GNR, do Cuma, da Dona Odete, de uma tenda num quintal, do madaleno e do Bernardo que já joga à bola...
A Helena sempre foi um suporte de espontaneidade, raramente permanecia no mesmo sítio ou no mesma ideia por muito tempo, o voo de uma ave rápida e preta despertava-lhe quase sempre a acção...hoje faz-se conduzir por um twingo azul turquesa, castiço, que tem um girassol amarelo!! A noite prometia ovos mexidos com esparguete se o telemovel não tivesse tocado 3vezes!!!!! :)